TENDÊNCIA OU FUTURO? CALÇADO E SUSTENTABILIDADE

O conceito de moda sempre esteve diretamente ligado ao consumo e à novidade, mas atualmente tornou-se descartável: usar, deitar fora e voltar a comprar. Em 2021 foram produzidos 22.000 milhões de sapatos em todo o mundo - cerca de 2,8 por pessoa - e a vida útil expectável de cada par é de apenas 1 ano. O calçado é responsável por 1/5 do impacto ambiental gerado pela indústria da moda, apesar de representar menos de 1/10 do seu valor total. Todavia, uma consciência ecológica e ambiental começa a instalar-se entre designers, industriais e consumidores. A exposição “TENDÊNCIA ou FUTURO? Calçado e Sustentabilidade”, criada pelo Museu do Calçado em parceria com o Centro Tecnológico do Calçado de Portugal e Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes, Artigos de Pele e seus Sucedâneos, apresenta projetos, materiais, produtos e ações inovadoras em direção a um futuro mais sustentável para a produção de calçado em Portugal.

Ecodesign, bioeconomia, pegada ambiental e reciclagem são termos que já entraram no vocabulário do calçado. O compromisso sustentável está na génese de muitos produtos e acompanha toda a cadeia de valor através da seleção das matérias-primas; da gestão dos sistemas de produção; das opções energéticas e de redução de emissões e resíduos; dos acordos sociais; das opções de embalagem, transportes e comunicação; da previsão da utilização, manutenção e fi m de vida dos produtos. Hoje em dia já muitos criadores criticam o próprio conceito de tendência e procuram uma moda lenta, não sazonal e que tem por princípio uma economia circular de poupança de matérias-primas e de energia. Na última década, surgiram no mercado vários biomateriais aplicados ao calçado que exploram novas matérias-primas e revitalizam subprodutos agroalimentares. Materiais derivados de combustíveis fósseis e detritos começam a ser reciclados e reintegrados nas cadeias de produção. As matérias-primas são o lado mais visível da sustentabilidade, mas existem muitos temas importantes como a descarbonização, a transformação digital e, claro, a sustentabilidade social. Sem dar respostas fi nais e consciente de que a sustentabilidade é um processo em desenvolvimento, o último espaço da exposição “TENDÊNCIA ou FUTURO? Calçado e Sustentabilidade” é um espelho e uma vitrine aberta a novos projetos.


 

KATHARINA BEILSTEIN: ESCULTURAS EM MOVIMENTO

Katharina Beilstein é uma artista visual alemã que mistura, sem constrangimentos, escultura e design. 

Em 2008, durante o primeiro ano na Academia de Belas Artes de Dusseldorf, ao perceber que a sua imaginação simbólica evocava objetos tridimensionais, decidiu dedicar-se à escultura. Nos anos seguintes, estudou com os escultores Georg Herold e Thomas Grünfeld e experimentou e testou diversos materiais e técnicas.

Em 2017, após formação com o mestre sapateiro Rolf Rainer, inicia a produção de calçado escultórico utilizando materiais clássicos da escultura e do calçado, como madeira de tília e o couro, que coloca em contraste com superfícies lacadas de cores vibrantes e elementos metálicos de inspiração futurista. Os seus sapatos, de gáspea simples, forma larga e biqueira quadrada, são facilmente identificáveis pelas suas plataformas sólidas e angulosas, que lhes conferem uma estética muito pessoal.

Desde 2012 que participa em exposições coletivas e bienais artísticas em diversas cidades alemãs mas também na Áustria, na Holanda, em Itália e na Dinamarca. Ao expor as suas esculturas entre criadores de moda, ilustração, pintura, escultura e joalharia apresenta-se num lugar privilegiado, de proximidade e partilha, com as mais diversas áreas criativas. 

De personalidade muito reservada, Katharina Beilstein vive e trabalha em Düsseldorf.

“Katharina Beilstein. Esculturas em movimento” é a sua primeira exposição individual e, por isso, inédita.

TEMPORÁRIA