MUSEU do CALÇADO
Jo Cope é uma criadora de moda conceptual britânica e os seus sapatos, sempre vermelhos, são ferramentas de ativismo social. Esta artista, designer, investigadora e performer trabalha no limbo entre moda, arte e artesanato. As suas obras são reflexões para um caminho filosófico, em busca do significado mais profundo do calçado.
A artista procura inspiração na sua própria vida e identidade e em questões universais e contemporâneas como amor, perda, fé, saúde, idade, género ou sustentabilidade.
Descobriu no icónico ”stiletto” vermelho e na sua simbologia uma fórmula inesgotável de reflexão sobre temas relacionados com o feminino e passa a criar exclusivamente em vermelho.
A audácia conceptual e a qualidade plástica e formal das suas obras que reivindicam que também a Moda se torna Arte através da intenção.
Jo Cope trabalha no cruzamento entre Moda, Arte e Ofício e tem forjado e afirmado o seu caminho no mundo das artes e numa prática multidisciplinar, que mescla escultura, design, fotografia, instalação, performance ou vídeo.
“O Caminho é uma Metáfora” é a primeira exposição internacional a solo da criadora e reúne calçado, instalações e vídeo numa viagem retrospetiva e imersiva ao imaginário de Jo Cope.
ANTÓNIO, SEM TÍTULO
Em Portugal, a ilustração de moda é uma área bastante recente e raramente reconhecida institucionalmente no campo da ilustração e das galerias de arte. Apesar deste cenário, não restam dúvidas sobre a importância do nome de António Soares no panorama da ilustração de moda em Portugal e a sua assinatura simples, a lápis, é facilmente identificável: “António”.
Formado em Pintura pela Faculdade de Belas Artes do Porto percebeu ainda jovem que o desenho seria a base de todo o seu processo criativo. É quando integra a equipa do CITEX – Centro de Formação Profissional da Indústria Têxtil, que inicia o seu percurso na ilustração de moda.
António começou a assistir aos desfiles da Moda Lisboa e do Portugal Fashion e foi nas lojas do Porto que teve contato direto com o trabalho de designers portugueses. Ilustrou criações de autores nacionais como Alexandra Moura, Luís Buchinho, Nuno Baltazar, Nuno Gama e Luís Onofre e a joalharia de Carolina Curado. Trabalhou diretamente com grandes marcas internacionais como Chanel, Fendi e Karl Lagerfeld. Fez retratos de personalidades da música, ilustrou coordenados e acessórios de moda, cosmética, joalharia, perfumaria, relógios e outros produtos de luxo para a imprensa internacional.
António encontra inspiração no cinema e nas artes de palco, sobretudo na dança, mas também nas obras de arte que descobre na visita a museus. No momento exato de criar, a música é a sua companhia e cada um dos seus traços e pinceladas são induzidos por ela.
Se pudéssemos, invisíveis, espreitar António enquanto trabalha ficaríamos inebriados com o ritmo suave e a pincelada precisa. Um movimento de sedução que nos aprisiona numa teia colorida e nos faz entrar num “hortus conclusos”, onde ansiaríamos ficar para sempre. À maneira da Arte Nova as suas composições parecem procurar a beleza eterna no mundo natural. As suas peças estão repletas de referências históricas como a porcelana, as naturezas mortas ou os elementos arquitetónicos e escultórios da antiguidade clássica. Há um romantismo subjacente a todo o seu trabalho.